Exemplo de local com deposição irregular de lixo na Bacia Hidrográfica do Rio das Pedras. Foto: Cléber Moletta/Rádio Cultura FM Guarapuava.
Exemplo de local com deposição irregular de lixo na Bacia Hidrográfica do Rio das Pedras. Foto: Cléber Moletta/Rádio Cultura FM Guarapuava.

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A cidade, muitas vezes, considera que aquele lugar é um depósito de lixo. Saem caminhões para jogar móveis, sofá. O ambiente natural tem sido visto como um local de depósito de lixo

Essa é a afirmação da professora e pesquisadora da Unicentro Adriana Massaê Kataoka, professora e pesquisadora da Unicentro. Ela trabalha o tema educação ambiental e já realizou diversas pesquisas na região, incluindo na Bacia Hidrográfica do Rio das Pedras.

Segundo ela, a mentalidade de parte da população ainda é a de ser livrar do lixo de qualquer maneira, desde que ele esteja longe.

Se elas não conseguem nem ter a percepção de que se joga o lixo no outro lado da rua isso retorna pra ela, que dirá nessas áreas mais distantes. Mas ela não pensa que a água que vem na torneira dela é captada nessas localidades, completa Adriana.

Jogar lixo pode ser caracterizado crime ambiental. Mas depende de denúncia, via 181, e preferencialmente deve ser acompanhada de fotos, filmagens ou ao menos a placa do veículo poluidor. Isso facilita o trabalho da polícia.

ALÉM DO LIXO

No entanto, não é somente o lixo que gera preocupação na região. Por isso, todos os que moram ou utilizam a região devem se responsabilizar pelo cuidado.
Segunda a professora Adriana, um primeiro passo para ações de educativas é conhecer o público alvo e a partir disso planejar e realizar o trabalho educativo.

Uma ação nesse sentido já foi iniciada na Bacia do Rio das Pedras. O levantamento é parte do Diagnóstico Socioambiental realizado pela Unicentro e que está norteando ações na região.

Identificamos na região agricultores familiares, que são a maioria, entre 50 e 60%, tem ainda agricultores comerciais, empresários, posseiros e alguns proprietários de áreas de preservação permanente, explica Adriana.

Segundo ela, quem vive no local sabe que estão na região de manancial, mas não tem a clareza de como devem contribuir. Por isso, ela acredita deve ser feito um trabalho de educação com esse público.
Para pesquisadora, é preciso aliar a educação ambiental com a questão social vivida no local, sobretudo de populações que estão mais vulneáveis.

Nós percebemos que o que ameaça o ambienta natural também ameaça alguns grupos sociais mais vulneráveis, que é a lógica do capital e exploração em nome do lucro. Nessa condição, ambiente e pessoas são coisificadas, são elementos para se extrair lucro, então há exploração de pessoas e ambiente, enfatiza Adriana.

Confira as outras reportagens da série Rio das Pedras: nossa água de cada dia.

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